The Lie é como o esteriótipo de um filme novo da Netflix que está bombando no momento por sua premissa intrigante, e que infelizmente de intrigante, só permanece na premissa.
O longa nos conta a história de Kayla (coloque o nome da atriz aqui) que acaba matando sua amiga por impulso, e enquanto isso seus pais tentam protegê-la de ser descoberta a todo custo. O resto é história.

O que deveria existir em The Lie é uma trama bem conduzida com personagens sólidos, interessantes e bem escritos, mas a impressão que temos é que há realmente um roteirista obrigando os personagens a seguirem o que devem fazer para a trama poder se encaminhar ao seu desfecho. Desfecho esse que também parte de uma ideia intrigante, mas executada de forma falha.
Há claras tentativas de aprofundar os personagens e de nos aproximar deles, mas que sempre ficamos com uma sensação de que falta algo a mais.

O longa se sustenta não só com seu plot inicial, mas também com sua ideia base que parte de uma reviravolta na trama, que de tão desconexa chega a ser uma ridícula.
Apesar do roteiro parecer inconsistente boa parte do tempo, o maior problema é que The Lie ainda podia não ser um filme tão fraco se não fosse seu péssimo twist, pois o longa tem altos e baixos, mesmo que os baixos sejam em maior quantidade.
A direção tem bons momentos de autoralidade, com uma fotografia fria que aproveita a situação dos personagens e o que está se passando em cena, seu ritmo pé no chão que nos deixa entretidos e interessados com o que vai acontecer em seguida, atuações que mesmo não sendo excelentes, entregam o que é pedido pelo papel (algo que acaba podendo incomodar quem percebe a forçação de barra do roteiro em cima dos atores).

Porém todo os elementos que deram certo em The Lie, no fim, acabam por serem nada mais que um desperdício.